Compra um cão! É ou não é?
"Parece que, a avaliar pelos relatos da imprensa, há gente «com medo» no PS e pessoas que prezam que haja «medo no PS». Ambas as posições não merecem muito crédito. O medo, em democracia, combate-se falando alto e bom som, coisa que não se podia fazer durante a ditadura, com imprensa silenciada. Se é medo de «perder o emprego», talvez aconteça que o emprego tenha sido oferecido em troca de silêncio (regra de ouro do sistema «job for the boys»), e deve (num rasgo de coragem pessoal, muito admirável) denunciar-se publicamente, mesmo se se perder o emprego (logo veremos); se é medo de violência física, tipo «eles batem-me pela calada da noite» ou «dão-me um tiro no joelho», pois que se denuncie abertamente, publicamente, diante do Presidente, do PGR, da imprensa -- com provas, papéis, documentos, ameaças visíveis e invisíveis. Quem está aí, entre gente crescida, que tenha medo? Medo de não ter subsídio ou dos chefes na repartição? Medo de Augusto Santos Silva? Que mariquinhas.
O medo é um dos inimigos da democracia; deve combater-se com dignidade e voz à altura. Apregoar aos sete ventos que «estou cheio de medo» não é uma garantia do denunciante; é uma amostra de mariquice. Medo? Não me lixem. Se têm medo, falem."
(Francisco José Viegas em "A Origem das Espécies")
4 comentários:
"Quem está aí, entre gente crescida, que tenha medo?" É melhor falar como sugere o autor, antes que se habituem ao silêncio.
Subscrevo o que a Teresa transcreve!
Medo de quê, medo de quem?
Abraço
Não sabem de que têm medo? Claro, medo de perderem os "tachos" que obtiveram à sombra do partido, do compadrio e não por mérito e competência.
LP
Isso mesmoLena. Que outros medos poderiam ser??
gb
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