Bendita crise
Ainda há dois meses já se falava de fartura, o governo baixou o IVA em 1% e no PSD já havia quem falasse em baixa-lo para 16%, para além da redução da generalidade dos impostos. Bastou o aliviar da crise financeira para que o país entrasse em bebedeira eleitoral, até as crisálidas do PSD acordaram antes de tempos perante o anúncio de uma primavera eleitoral.
O agravar da crise teve a vantagem de repor o juízo colectivo, o secretário de estado dos Assuntos Fiscais, já não anda a prometer descidas de IVA sem consultar a evolução das receitas, a direita já abandonou o choque fiscal limitando-se a propor pequenos curto-circuitos. Sócrates terá agora que mostrar que governa bem em vez de agendar medidas em função do calendário eleitoral.
Até os portugueses estão a ser confrontados com a necessidade de mudar de hábitos, com a subida dos combustíveis vão finalmente ser confrontados com a necessidade de mudarem de hábitos, terão que conduzir de forma a consumir menos e a abandonar o carro como símbolo ambulante de estatuto social.
Perante a crise dos preços das matérias-primas Portugal tem mesmo que se confrontar com as suas dificuldades, deixando-se de as iludir. É mesmo necessário responder à crise.
O Jumento, às 13:04 | |
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