[A política que vale a pena é ‘barata e reles’
«Falar dos salários dos gestores é politiquice da mais barata e da mais reles» declara Fernando Ulrich ao Jornal de Negócios: «O presidente do BPI diz que os líderes das empresas cotadas são examinados todos os dias pelo mercado de capitais e pelos colaboradores e que a regulação do que se passa nas empresas ‘compete-nos a nós e aos colaboradores e o Governo não tem nada a ver com isso’». Se bem entendo a novilíngua destes gestores, os ‘colaboradores’ são os restantes trabalhadores assalariados. Ora aqui está uma boa sugestão: mudar as regras para que os trabalhadores possam ter uma palavra no que se passa dentro da empresa, incluindo na determinação dos salários dos gestores. As perniciosas desigualdades salariais, das maiores da Europa, tenderiam a diminuir. A empresa é uma instituição criada pela lei. Com elevado grau de plasticidade. Como já aqui e aqui argumentei o governo tem tudo a «ver com isso». As 'externalidades negativas' desta situação são elevadas. Mas Fernando Ulrich ainda deixa outra boa sugestão: «subir o IRS (para os escalões mais elevados)». Tudo isto porque o governo decidiu sair do seu torpor e, pela voz de Teixeira dos Santos, defendeu «a necessidade de limitar os salários dos gestores de forma concertada nos países da zona euro, num processo mais 'transparente' e tendo por base uma ‘avaliação de desempenho’ dos responsáveis das empresas» (Jornal de Negócios). Vago, mas melhor do que nada. Pelo menos reconhece que isto é um problema. Na Alemanha este assunto faz parte da agenda política. Até o SPD apresenta propostas. As normas e convenções salariais alemãs ainda não se renderam totalmente ao «relaxamento» anglo-saxónico. São as virtudes de décadas de co-gestão. Ainda bem. A política que vale a pena é a que entra nos lugares onde está escrito 'proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço'.]
Publicada por João Rodrigues no blogue "Ladrões de Bicicletas"
«Falar dos salários dos gestores é politiquice da mais barata e da mais reles» declara Fernando Ulrich ao Jornal de Negócios: «O presidente do BPI diz que os líderes das empresas cotadas são examinados todos os dias pelo mercado de capitais e pelos colaboradores e que a regulação do que se passa nas empresas ‘compete-nos a nós e aos colaboradores e o Governo não tem nada a ver com isso’». Se bem entendo a novilíngua destes gestores, os ‘colaboradores’ são os restantes trabalhadores assalariados. Ora aqui está uma boa sugestão: mudar as regras para que os trabalhadores possam ter uma palavra no que se passa dentro da empresa, incluindo na determinação dos salários dos gestores. As perniciosas desigualdades salariais, das maiores da Europa, tenderiam a diminuir. A empresa é uma instituição criada pela lei. Com elevado grau de plasticidade. Como já aqui e aqui argumentei o governo tem tudo a «ver com isso». As 'externalidades negativas' desta situação são elevadas. Mas Fernando Ulrich ainda deixa outra boa sugestão: «subir o IRS (para os escalões mais elevados)». Tudo isto porque o governo decidiu sair do seu torpor e, pela voz de Teixeira dos Santos, defendeu «a necessidade de limitar os salários dos gestores de forma concertada nos países da zona euro, num processo mais 'transparente' e tendo por base uma ‘avaliação de desempenho’ dos responsáveis das empresas» (Jornal de Negócios). Vago, mas melhor do que nada. Pelo menos reconhece que isto é um problema. Na Alemanha este assunto faz parte da agenda política. Até o SPD apresenta propostas. As normas e convenções salariais alemãs ainda não se renderam totalmente ao «relaxamento» anglo-saxónico. São as virtudes de décadas de co-gestão. Ainda bem. A política que vale a pena é a que entra nos lugares onde está escrito 'proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço'.]
Publicada por João Rodrigues no blogue "Ladrões de Bicicletas"
1 comentário:
Boa TP , gostei da tua crónica e do teu reaparecimento e da pergunta ao DO. Se quiseres e puderes envia-me a tua playlist TOP7
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