O director do Público não fuma?
Entre os vários jornalistas a bordo do avião só o do Público deu pelo cigarro? O referido jornalista nunca viu fumar nos aviões onde viaja Cavaco Silva já que é o próprio Público a admitir tal facto?
É evidente que Sócrates cometeu um erro de palmatória, que tendo chegado ao conhecimento público o gesto deve ser reprovado. Mas esta questão suscita um segundo problema, o comportamento do jornalista e do director do jornal. Porquê só desta vez denunciaram a situação? Poderão dizer que lei anti-tabaco foi aprovada há pouco tempo, mas isso é uma desculpa esfarrapada pois a proibição do fumo nos aviões é anterior à lei.
O jornalista em causa viajou à borla no avião, partilhou da intimidade de todos os que lá estava, tal como todos os jornalistas que viajavam no avião viram e ouviram coisas que não contam, não por não poderem ser notícias, mas porque não seria elegante transformar a intimidade partilhada em notícia para vender jornais. Então porque o jornalista do Público noticiou o que para os seus colegas não seria notícias?
Basta analisar a relação do Público com o governo ao longo do tempo, há um antes e um depois de dois factos, a decisão de construir o aeroporto longe de Tróia e o não apoio da Caixa Geral de Depósitos à OPA da Sonae sobre a PT. Antes o Público desfazia-se em editoriais simpáticos, depois têm sido ataques sistemáticos ao governo e a Sócrates, desde editoriais sucessivos às histórias das casas e do canudo.
O comportamento de Sócrates é politicamente condenável, o comportamento do jornal Público é humanamente execrável. É bem menos grave cigarrinho para o primeiro-ministro do que o comportamento do Público para um jornal que deve informar com isenção.
Não sei se o director do Público fuma, mas preferia que ele queimasse tabaco, mesmo atrás da cortina de um avião, do que queimar aquele que considerava um bom jornal.
http://jumento.blogspot.com/
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