É hoje óbvio para toda a gente que entre professores e ministra a corda partiu há muito. Mas, podendo a razão não estar do lado dela, é inequívoco que está a seriedade, porque Maria de Lurdes Rodrigues aceita fazer um balanço do processo de avaliação no final do ano e introduzir alterações para 2010. Os professores é que não, pois pretendem rebentá-lo desde já. É bom que se saiba que, por muitos professores que desçam e subam a Avenida da Liberdade, há escolas em que o processo de avaliação está a correr bem. São a maioria. E é bom que se saiba também que, no ano passado, 16 mil avaliações feitas revelaram 7% de professores cujo desempenho não era correcto. Só esta indicação é um bom motivo para continuar, não é? Ontem, na TSF, uma professora dizia que muitos professores investidos em avaliadores andam muito senhores de si por lhes ter sido atribuído esse pequeno poder. É possível, não custa a crer que sim. E custará a crer que alguns professores foram tomados de ataque de invejite por serem avaliados por pessoas com as quais certamente não simpatizam?Com os militares e os seus protestos passa-se um pouco do mesmo. Atingidos no coração dos seus direitos adquiridos, os militares protestam e conseguem até que um dos melhores dos seus diga em público que se pode estar à porta de uma acção extrema.
Como os professores, os militares estavam mal habituados. São, em Portugal, dois lóbis muito fortes. A estrutura de guerra manteve-se em tempo de paz e, quando chegou a hora de apertar o cinto, as Forças Armadas pouco cederam. Hoje, por cada oficial há três praças, um "ratio" terceiro-mundista completamente inexplicável. Portugal precisa de segurança, sobretudo de boa polícia, de boa vigilância, mais do que de um exército tão numeroso. Reduzindo aí, talvez se possa aumentar na polícia.
Hoje, nada é eterno. Muitos direitos adquiridos já foram e até ser professor não garante emprego toda a vida.
Como os professores, os militares estavam mal habituados. São, em Portugal, dois lóbis muito fortes. A estrutura de guerra manteve-se em tempo de paz e, quando chegou a hora de apertar o cinto, as Forças Armadas pouco cederam. Hoje, por cada oficial há três praças, um "ratio" terceiro-mundista completamente inexplicável. Portugal precisa de segurança, sobretudo de boa polícia, de boa vigilância, mais do que de um exército tão numeroso. Reduzindo aí, talvez se possa aumentar na polícia.
Hoje, nada é eterno. Muitos direitos adquiridos já foram e até ser professor não garante emprego toda a vida.
In JN de Hoje
Subscrevo por baixo
7 comentários:
Esta pergunta perspicaz merece uma resposta que não desmereça e seja simples:
PORQUE SOMOS TODOS IGUAIS.
Que eu saiba nem mesmo o professor mais qualificado tem casa de "borla", compra o que necessita em armazéns especiais, tem hospitais próprios, etc.
E nunca um militar leva o trabalho para casa...
Cada casa de um professor é uma mini-extensão do Ministério da Educação, sem recebermos subsídio para a luz gasta pelas noites dentro, para as fotocópias, acetatos, livros e outros materiais pagos por nós.
Privilegiados nós?!
Não estou a discutir o aspecto da avaliação.
Abraço
Os últimos 10 anos da minha carreira profissional no Estado trabalhei 42 horas semanais, sendo 12 seguidas no serviço de urgência.
Nem mais...!
Tenho amigos professores, do meu tempo, que trabalhavam 12 horas semanais e quando eram directores de turma ainda viam reduzidas as horas de aulas, e se fosse à noite mais ainda.
Sem falar nos horários zero! Conheço casos de professores com horário zero que se recusaram a ir para outra escola na mesma cidade (Castelo Branco)a menos de 500 metros, onde foi necessário contratar mais outro professor.
Anos seguidos com horário zero, isto é, zero horas de trabalho semanal para salário completo!
Já não falo da multidão de sindicalistas que não dão aulas...!?
Conheço um caso de um professor que deprimiu fortemente porque passou a estar 36 horas na escola, disse estar não trabalhar, quando só tinha 4 horas por semana e os negócios, no mundo real, corriam tão bem!
Claro que tudo isto podem ser excepções, mas são muitas, são (eram) demais!!!
Não discuto avaliações, nem manifestações, nem manipulações!
Vivemos num país livre e democrata, governa quem foi eleito, protesta quem acha que deve protestar!
Regalias e privilégios ninguém gosta de perder...sejam médicos, professores!?
E muito menos magistrados judiciais e militares...aqui pia mais fino!!!
Será possivel manipular 120.000 pessoas com formação universitária?
Será tão mau o seu nivel de vida, que aproveitam a boleia dos autocarros para virem passear a Lisboa?
Serão todos estes professores militantes ou simpatizantes da oposição ao partido que suporta o Governo?
Será apenas a avaliação o factor de perturbação ou será o elemento aglutinador dos professores contra o Governo?
Expliquem-me , por favor, mas sem paixões deformadoras...senão continuamo a confundir fitas cómicas com desenhos animados.
Caro Duarte
O que estava em causa na crónica do JN, jornal que muito prezo, eram os privilégios dos militares e dos professores.
Referi alguns privilégios que os militares têm e que os professores não têm.
Depois tu apontaste privilégios que os professores têm em relação a horários, esquecendo que as tais 12 horas só são atingidas pelos professores dos 10º, 11º e 12ºanos e no final de carreira e ainda que os professores não dão apenas aulas, preparam aulas, visitas de estudo, fazem inclusivamente o reconhecimento dos percursos e locais a visitar à sua custa, têm reuniões de turma para avaliações e não só, reuniões de disciplina que são a dobrar quando leccionam duas disciplinas, reuniões de Conselho Pedagógico e de Assembleia de Escola entre outras.
Enfim todos temos direitos e deveres...
Em 38 anos e 4 meses de carreira nunca conheci um professor com horário zero e apenas conheci um a fazer 36 horas na biblioteca por indicação do seu médico assistente devido a graves problemas de coluna que a impediam de dar aulas, tarefa que cumprimos, pelo menos eu, sempre de pé.
Como vês a razão nunca está só de um lado, além disso a ministra da tutela já anulou parte dos considerados privilégios dos professores.
E longe de mim colocar em questão o trabalho dos médicos, sobretudo daqueles que infelizmente me têm acompanhado a mim e aos meus de muito perto e digo infelizmente não pelos seus serviços, mas pelas razões que me levaram e levam a necessitar deles.
Abraço
Sem mais palavras...apenas indignação sentida como professora a tempo inteiro desde 1971 até que a saúde me permitiu. Como em todas as Profissões há uns e os outros mas que não pague a maioria pelos que nao preparavam aulas , não corrigiam testes, não faziam relatórios, não desgastavam afectiva/ emocionalmente com os problemas de cada aluno de cada turma, de cada dificuldade de aprendizagem a precisar reforço acrescido dentro da aula...
Eu queria ser médica mas não o fui por razões económicas...Não tinha quem me pagasse em Coimbra, Porto ou Lisboa Universidade e quando fiz por minha conta e risco, já a trabalhar evidente que teve de ser curso de Letras, apesar de ter já Exame de Estado da Escola do Magistério Primário... mas fui prof. desde os 18 anos e fico triste quando vejo algumas coisas escritas de pessoas que sem Professores não teriam certamente, chegado ao Estatuto a que chegaram, academicamente...
Enviar um comentário