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quinta-feira, outubro 04, 2007

Alentejo ...

A fotografia do Alentejo publicada no blog trouxe-me à memória o belíssimo poema de José Régio. Aqui vai:

FADO ALENTEJANO

Alentejo, ai solidão,
Solidão , ai Alentejo,
Pátria que à força escolhi!
Quando cheguei quis-te mal,
Alentejo –ai- solidão......
Julguei eu que te quis mal,
Chegava do vendaval,
Tão cego que nem te vi!

Alentejo, ai solidão,
Solidão , ai Alentejo,
Adro de melancolia!
Tua tristeza me pesa,
Alentejo –ai- solidão......
Quanto às vezes me não pesa,
Mas fora dessa tristeza,
Pesa-me toda a alegria!


Alentejo, ai solidão,
Solidão , ai Alentejo,
Oceano de ondas de oiro!
Tinhas um tesouro perdido,
Alentejo –ai- solidão......
Que eu já dera por perdido,
Nos teus ermos escondidos,
Vim achar o meu tesoiro!
Alentejo, ai solidão,
Solidão , ai Alentejo,
Convento de céu aberto!
Nos teus claustros me fiz monge,
Alentejo –ai- solidão......
Em ti por ti me fiz monge,
Perdeu-se a terra ao longe,
Chegou-se –me o céu mais perto!

Alentejo, ai solidão,
Solidão , ai Alentejo,
Meu Norte-Sul- Este Oeste!
Voltei ferido da guerra,
Alentejo –ai- solidão......
Faminto voltei da guerra,
Mendiguei de terra em terra ,
Esmola só tu ma deste!

Alentejo, ai solidão,
Solidão , ai Alentejo,
Padre nosso dos infelizes!
Vim coberto de cadeias,
Alentejo –ai- solidão......
Coberto de vis cadeias,
Mas com estas com que me enleias,
Deram-me asas e raízes!

By Lena Pires

5 comentários:

Anónimo disse...

História de refúgio,indiferença, aproximação , adaptação, integração. É um poema sentido na verdade do que lá se diz .
Vivi dois anos no Algarve e atravessar o Alentejo foi sempre agradável, embora as estradas ainda fossem de muitas curvas.

Anónimo disse...

História de refúgio,indiferença, aproximação , adaptação, integração. É um poema sentido na verdade do que lá se diz .
Vivi dois anos no Algarve e atravessar o Alentejo foi sempre agradável, embora as estradas ainda fossem de muitas curvas.

Anónimo disse...

BOM ENQUADRAMENTO LENA.
GOSTEI.
PODES CONTINUAR
BATOLOMEU

Rosa dos Ventos disse...

Belo poema Átila!
Encontrei-te M.C.! És colheteiro ou colheteira?

Anónimo disse...

A Rosa dos Ventos não está ainda
certa quanto ao colheiteiro ou á
colheiteira que usa MC.
Com o tempo saberá quem é.
OLD