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sexta-feira, outubro 19, 2007

CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA (35ª)

União sim, EUA não

Findado um período de ausência na esfera bloguista, nomeadamente nas minhas intervenções e análises na Colheita63, regresso ao meu espaço semanal para encetar a segunda temporada. Aliás, já tinha recebido alguns incitamentos para retornar à escrita semanal, nomeadamente do Sr.º Bartolomeu Velho.
Lisboa é nestes dias o epicentro de toda a actividade diplomática da Europa na medida em que se pode, finalmente, aprovar o Tratado Reformador da União Europeia (UE), a menos que algo de inopinado se suceda particularmente oriundo da comitiva polaca. Naturalmente, este texto não se pode equiparar a uma Constituição formal pois essa possibilidade relançaria profundas crispações políticas para além de sobrepôr, em larga medida, aos textos constitucionais de cada Estado-membro. Por outro lado, numa situação congénere a essa, as consequências seriam penosas pois, esse facto agudizaria o espírito orgulhoso dos estados mais poderosos, como são os casos do reino Unido, França e Alemanha, traduzindo-se, assim, numa maior resistência à perda das suas respectivas soberanias. Contudo, isto não acontecerá não ser que Reino Unido e França se desintegrem da UE.
Mas, basicamente em que matérias será substancial a influência deste Tratado nos destinos da UE?
Em primeiro lugar, este texto visa instituir um espírito unitário em três âmbitos fundamentais: em política externa, crescimento económico e combate ao desemprego por via da consolidação do modelo social europeu que tem inspirado diversos Estados.
Todavia, centremo-nos na questão da política externa. É do conhecimento comum as divergências dos estados-membros nesta matéria, como ficou comprovado da controversa invasão dos Estados Unidos da América (EUA) ao Iraque em 2003, em que houve países que apoiaram a atitude americana e o que se opuseram. Nessa medida, é preciso mudar este rumo falacioso.
Num mundo cada vez mais globalizado, competitivo, em que os EUA são inequivocamente a potência hegemónica nos três eixos fundamentais: económico, militar e político, há uma necessidade premente de emergência de uma nova potência: a Europa. Por conseguinte, a preponderância americana traduz-se, infelizmente, numa inferiorização e excessiva dependência da nossa Europa. Ou seja, a UE ao não constituir uma entidade unida, consistente e veemente na sua política internacional, e a perpetuar-se este cenário, nunca conseguirá emancipar-se e não terá um contributo globalmente autónomo na cena internacional.
Não esqueçamos: foi a Europa que viu nascer as maiores figuras de sempre da História da Humanidade, que nasceram as grandes ciências do conhecimento, que aprimoramos pela consolidação da democracia, da liberdade, da defesa dos direitos humanos e da negação da discriminação racial e xenófoba. Aliás, não são os EUA que mais infringem a Carta das Nações Unidas e os direitos do Homem? Os que mais crimes de guerra cometem? Que têm um ditador disfarçado com a capa democrática?
Em conclusão, como afirmou Jean Monnet: “A Europa faz-se”.
Cumprimentos a todos os colheiteiros nesta segunda temporada.

By Afonso Leitão

5 comentários:

Anónimo disse...

Saúdo efusivamente o teu regresso ao n/convivio.
Podias falar-nos um pouco sobre as tuas impressões , agora na Universidade, tanto mais mais que 90% dos Colheiteirosa frequentaram e podem fazer uma comparação com o seu tempo e quiçá darem-te alguns conselhos.
Um grande abraço
Hélder

Anónimo disse...

Foi com muito agrado e satisfação
que constactei o regresso do meu amigo Afonso Leitão ao espaço do nosso Blog.
Gostei do modo como apresentou o
seu artigo.
Tambem sou da opinião do nosso
administrador,em que nos relate
os momentos que encetaram a sua vida universitária.Pode ser num
artigo extra ou aproveitar um
comemtário.
Sempre em frente
Felicidades
Bartolomeu Velho

Anónimo disse...

Fiquei satisfeita com o teu regresso ao blog.

Anónimo disse...

Fico muito contente pelo regresso.
Concordo com a parte respectiva aos EUA, mas discordo com tanto OPTISMO DA TUA PARTE.
É optimismo a mais.

Um abraço

Anónimo disse...

Olá Afonso,

Bem-vindo ao convívio com os Colheiteiros! Registo com muito agrado o regresso das suas crónicas sempre actuais e interessantes. Hoje saudamos o futuro Tratado de Lisboa com a esperança de que ele venha contribuir para o desenvolvimento de uma Europa, forte e unida.

Um abraço

Lena Pires