Nos tempos do bibe e do desenho das primeiras letras, vivi em Vinhais...Pois é, menina e moça me levaram para lá meus pais, por vicissitudes da sua vida, e lá fiz a primeira classe. Não me lembro de quem me levou àquela escola, se não estou em erro localizada no alto da vila, mas lembro-me de deparar com uma mulher de cabelo ruivo, ar ríspido e voz desabrida, duma sala cheia de meninas que eu não conhecia e da enorme angústia que tomou conta da menina de 6 anos que eu era então.
Rapidamente mudei de escola, não sei porquê. Talvez por morar do outro lado da rua, numa casa enorme (era o que me parecia) com corredores compridos e quartos fechados, caves cheias de teias de aranha, onde nunca entrava, com um quintal cheio de roseiras, de sapos, de ervas daninhas, e onde existia - suprema emoção! - uma mina com uma "família" de salamandras. Tenho fotografias com os meus irmãos nesse quintal.
A D. Carlota (Fernandes, salvo erro) foi então a minha professora, bem mais afável do que a da outra escola. Que me lembre, nunca me castigou, mas doíam-me os castigos que aplicava à filha mais nova, a Sãozinha, minha companheira de carteira e minha amiga dentro e fora da sala de aula, como se me fossem destinados.
Tenho uma imagem nítida da Vinhais desse tempo (1952/53) fresca e verde, da rua central onde ficava a Câmara, mais adiante os Correios, mais adiante ainda o Seminário. E da primeira perplexidade ortográfica da minha vida: se se dizia Farmácia, porque é que o letreiro da dita, que eu via todos os dias ao ir para a escola, grafava PHARMÁCIA????!!!!
Nada estará igual, estou em crer, mas foi um lugar marcante na minha vida.
Veio-me tudo isto à memória, por o nosso HB, digno filho da terra ter falado na Feira da Castanha, agora nos Santos. Estarei em Bragança na próxima semana. Oxalá consiga dar lá um salto, para reviver lembranças de há 55 anos e para encontrar quem estiver, naturalmente...
Amigos, conto com o vosso perdão para tão longo silêncio. Vicissitudes que demorariam várias "postas" a explicar...
Quero mandar um beijo especial àqueles que entretanto não felicitei pelos respectivos aniversários. Aceitai com ele a minha amizade e os meus votos de longos anos e felizes!
Ah! Já me esquecia...Sabeis que estou a pensar voltar para Bragança com o meu velhote?
Rapidamente mudei de escola, não sei porquê. Talvez por morar do outro lado da rua, numa casa enorme (era o que me parecia) com corredores compridos e quartos fechados, caves cheias de teias de aranha, onde nunca entrava, com um quintal cheio de roseiras, de sapos, de ervas daninhas, e onde existia - suprema emoção! - uma mina com uma "família" de salamandras. Tenho fotografias com os meus irmãos nesse quintal.
A D. Carlota (Fernandes, salvo erro) foi então a minha professora, bem mais afável do que a da outra escola. Que me lembre, nunca me castigou, mas doíam-me os castigos que aplicava à filha mais nova, a Sãozinha, minha companheira de carteira e minha amiga dentro e fora da sala de aula, como se me fossem destinados.
Tenho uma imagem nítida da Vinhais desse tempo (1952/53) fresca e verde, da rua central onde ficava a Câmara, mais adiante os Correios, mais adiante ainda o Seminário. E da primeira perplexidade ortográfica da minha vida: se se dizia Farmácia, porque é que o letreiro da dita, que eu via todos os dias ao ir para a escola, grafava PHARMÁCIA????!!!!
Nada estará igual, estou em crer, mas foi um lugar marcante na minha vida.
Veio-me tudo isto à memória, por o nosso HB, digno filho da terra ter falado na Feira da Castanha, agora nos Santos. Estarei em Bragança na próxima semana. Oxalá consiga dar lá um salto, para reviver lembranças de há 55 anos e para encontrar quem estiver, naturalmente...
Amigos, conto com o vosso perdão para tão longo silêncio. Vicissitudes que demorariam várias "postas" a explicar...
Quero mandar um beijo especial àqueles que entretanto não felicitei pelos respectivos aniversários. Aceitai com ele a minha amizade e os meus votos de longos anos e felizes!
Ah! Já me esquecia...Sabeis que estou a pensar voltar para Bragança com o meu velhote?
9 comentários:
Os bons filhos á casa voltam e são
recebidos de braços abertos.
Quanto ás tuas faltas estão como é
certo justificadas.Quando a Teresa
escreve não é preciso dizer mais
nada.
Teresa nesses tempos que referes no artigo ,1ª. classe em Vinhais,
já usavas as duas tranças?
Gostei muito do teu regresso ao blog e como digo eu sempre em frente- continuar.
Bartolomeu
Ora, cá estás de novo! Óptimo.
Ver-nos-emos em Bragança, então.
Abraço.
Haja Deus!
Abençoado seja o caminho que te trouxe de volta e que mil pétalas o cubram!
Palavras para quê , adorei o teu regresso .
Parece que deu efeito colocar aquela menina com as tranças , no lado direito do Blogue.
Vamos lá estar muitos nesses dias, eu depois telefone e combinamos tudo.
Um grande beijo para ti
Hélder
Está visto que terás de ter remorsos sempre que demoras a aparecer!!!
Até breve.
Gélica
P.S- Até a célebre família das salamandras me fizeste lembrar...
Bem-vinda ao blog. Estranhei a tua ausência e o teu regresso enche-me de alegria porque leio sempre com muito interesse os teus belos textos, o de hoje cheio de nostalgia. Surpreendente a hipótese do teu regresso a Bragança!
Um abraço
Lena Pires
Obrigada, meus queridos, pelo vosso carinho. Isto é o mesmo que ser recebida com foguetes e fanfarra! Não exagereis, se não...sou tentada a calar-me por mais uns tempos...eheheh
Bartolomeu, as fotografias que tenho da altura atestam que já usava tranças. Tenho outras com o cabelo solto, mas aí estava vestida de anjinho, no meio da verdura do jardim do Seminário. Jå me disseram que parecem fotogramas do filme do Fellini "Julieta dos Espíritos".
Manel, um abração para ti. Vemo-nos daqui a dias em Bragança.
Duarte, um tapete de pétalas é uma ideia linda...embora todos os caminhos tenham escolhos.
Hélder, a ti devo mil desculpas por ter faltado às tuas repetidas chamadas. Ainda por cima me pões a música de que eu gosto. És um amigão que nunca falha. Um beijo repenicado.
Gelica, é bom relembrar estas coisas, não é? Sabemos que a memória muitas vezes nos trai, mas felizmente ainda vamos tendo quem nos confirme algumas lembranças. Obrigada e até breve.
Lena, também gosto muito de te ler aqui. Quando estivermos juntas te explicarei a minha decisão de voltar para Bragança. Até lá, um beijo grande. Encontramo-nos por lá agora?
"Não exagereis, se não...sou tentada a calar-me por mais uns tempos...eheheh".
Chantagem, menina Teresa!!!!
Anda, é como que um regresso ás origens.
Essa VINHAIS que descreves ainda tem muito que te fará pensar...
Mas as coisas, felizmente, estão a mudar.
Se não vieres já, já quase que não te reverás.
Admiro muito as amizades de longa data. Na minha geração já é muito dificil pela natural mudança dos tempos e das mentalidades.
Aliás o blogue também tem esta componente afectiva.
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