Convite...

Postagens em retrospectiva - 1º Aniversário do Blogue

Mensagem publicada em 2/10/2006

Hélder, como vês aceitei o teu convite.
Com gosto, podes crer. É verdade que nunca me passou pela cabeça "postar" num blogue, apesar de ser leitora assídua da chamada blogosfera portuguesa. Gosto de saber o que muita outra gente pensa sobre tudo o que é humano (e também sobre o que não é...), concordando, discordando, raras vezes comentando.
Como te disse, e comunico agora aos nossos amigos, desde sexta-feira passada estou na "retraite" (não confundir com a homófona portuguesa...).

Mas acho que não é desta que me vou incluir entre os "génios romancistas" que referes. Sou demasiado preguiçosa para tanto. Contentar-me-ei em postar aqui umas coisas, para quem tiver a paciência de as ler. Aliás, se algum dia tivesse tido a veleidade de me tornar romancista, tê-la-ia perdido depois de ler a Rosa Montero (escritora espanhola) em "A Louca da Casa". Sabeis quem é "a louca da casa", segundo Teresa de Ávila?! Nada mais, nada menos que a imaginação...Genial definição, não é?! Pois então, Rosa Montero faz um livrinho delicioso, de 170 páginas, sobre o processo de criação literária, especificamente do romance. E esta vossa amiga concluiu, depois de o ler, que "a louca da (sua) casa" não é suficientemente louca para inventar vidas para além da sua própria. Com grande pena minha, confesso.

Mas para vos aguçar o apetite, transcrevo umas linhas. "De maneira que inventamos para nós as nossas lembranças, que é o mesmo que dizer que nos inventamos a nós mesmos, porque a nossa identidade reside na memória, no relato da nossa biografia. Por conseguinte, poderíamos deduzir que os humanos são, acima de tudo, romancistas, autores de um único romance cuja escrita demora toda a sua existência e na qual reservam para si o papel de protagonistas. É uma escrita, isso sim, sem texto físico, mas qualquer narrador profissional sabe que se escreve sobretudo dentro da cabeça." E disse por hoje.
Estarei aqui sempre que puder e tiver assunto.

Abração para todos.