Pois é, queridos amigos, o tempo foge. Pensava eu que tinha de me "ocupar" nos dias de vida que me restam, para não definhar de tédio e não ficar bovinamente a olhar para a televisão ou para o ecrã do computador...Tive de afrouxar o andamento, ficar pelo Italiano às segundas e quartas e pelas danças de salão às terças e quintas, que o canastro já não dá para grandes "speeds". E mesmo com tão pouco, ainda ando baralhada, a tactear ritmos, horários, limites, entendimentos.
Não imaginava que este "mudar de vida" conduzisse mesmo a uma vida nova, mas ou me engano muito ou é o que está acontecer, e exige bastante de mim. (Bem, isto tudo é uma tentativa de justificar o meu silêncio nestas semanas, não é para ser levado muito a sério...)
Queria ter falado de prémios Nobel, de saltos altos, de filmes da minha vida, mas se calhar tudo isso já está fora de prazo.
Desculpai, mas sobre assuntos tão palpitantes teria de tecer longas e profundas considerações, e actualmente não me sinto muito virada para reflexões de grande alcance. Acho-as pomposas, e estou mais entretida a viver do que a reflectir. Estarei a "virar" frívola?!
Mas sempre vos quero dizer, en passant, o que penso a respeito.
Prémios Nobel - os da Literatura foram muitas (demasiadas?) vezes atribuídos a escritores irrelevantes; os da Paz tiveram anos de "calamidade" (como aquele em que foi atribuído a Henry Kissinger!!!); não existe Nobel para a Matemática...
Por estas e por outras, ao contrário do Quintas, não espero a revelação anual com ansiedade, embora compreenda e aceite o objectivo de prémios para as obras humanas. De qualquer modo, para mim, todos os ídolos têm pés de barro.
Sobre os Nobel científicos não me pronuncio, porque nada sei.
Saltos altos - Lena, não sei se te decidiste por eles, mas a bem do teu conforto, não dês ouvidos à homenzarrada! Já estamos nos saltos altos e nas meias de risca, quaquer dia sugerem que voltemos ao cinto de ligas. Safa!
Filme da minha vida - "O Leopardo". Grande Visconti que até fez do Burt Lancaster um actor de cinema. O texto de Lampedusa ajudava, é certo, mas não havia muitos realizadores capazes de dar ao filme o mesmo fôlego. E depois havia a Claudia Cardinale e...o Alain Delon, eheheheh!
A propósito, meninos, importam-se de editar umas fotos de rapazes giros, tipo Brad Pitt, George Clooney, Paulo Pires...Não é por nada, é só por uma questão de equidade: as meninas também gostam de regalar os olhos! Além disso, pensam que achamos graça às curvas da Scarlett Johansson?!
Peço desculpa, mas não consigo pôr acentos no título. É o imperialismo anglo-saxónico nas tecnologias ou é nabice minha???
4 comentários:
Quando a Teresa escreve,são sempre
textos que merecem nota alta.
É o caso deste.
Teresa desculpa não gostei do titulo. Devia ser sim : "Primeiras impressões de uma pessoa que ao fim de uns tempos se libertou de aturar gentes...."
A idade não conta,o espírito jovem esse sim. Caso n/ do Chico Faria ,e muitos outros.
Um abraço,continua a escrever.
Bartolomeu
Bartolomeu, meu amigo, o título que dei à "posta" é apenas irónico, não traduz melancolia, muito menos amargura pela idade e situação em que estou. Já essa de a idade não contar...não estou de acordo. Contar, conta: não somos decerto os mesmos de há 43 anos. E à "juventude de espírito", que também me parece mitológica, oponho a "maturidade de espírito" que significa tudo menos estagnação.
Deixa-me transcrever um excerto dume entrevista que Vargas Llosa deu a "El País", em Junho deste ano, a propósito do seu último livro, "Travessuras da Menina Má".
(...) Porque há muita gente que não quer manter-se viva, morre em vida: senta-se e transforma-se em estátua. Muito bem, eu respeito isso, mas não é o meu caso. A ideia de sentir que se é uma estátua assusta-me. Eu quero manter-me vivo como se fosse imortal, exactamente assim, até que num dado momento vem um acidente, que é a morte, e morremos, e afinal não éramos imortais. Há uma história absolutamente maravilhosa (...) que conta que quando levaram o veneno a Sócrates o encontraram a estudar persa. 'Mas porque está a estudar persa?', perguntaram-lhe. E ele respondeu: 'Apenas porque quero aprender persa. Ah! Agora tenho de tomar a cicuta? Pois tomarei a cicuta.' (...) Deus queira que a morte me encontre assim, a aprender mandarim".
Na "mouche", não achas? Por mim, sou mais modesta, apenas espero que ela me encontre a aprender Italiano ou Espanhol...ou a dançar a rumba. Enfim, que me encontre viva.
Um abração para ti da
Teresa
Menina,não peça desculpa.
Mas se é fã de italiano,de Claudia Cardinale ,de Visconti e de Lampedusa;
e se é critica de H.Kissinger e de B.Lancaster;
Não se admire que não consiga pôr os acentos no título , porque a menina está mesmo a ser vítima do imperialismo tecnológico anglo-saxónico.Ou julgava que escapava por ter feito essas referências
ao B.Pitt e ao G.Clooney,sob a protecção do portuguesíssimo P.P.?Regale bem os olhos que eu fico-me com as curvas da Scarlettezinha e com-
panhia.E temos sorte em viver neste mundo tão mais belo do que era há 40 anos atrás . Vosso,M.Carvalho
Estava a ver o Blog no mês de
Outubro e gosto de "rever a matéria"
Deu-me saudade do tempo de garoto,porque tinha o hábito de ler
no jornal as chamadas LETRA GORDAS.
O meu pai tinha toda a razão,pois o titulo nas tais L.Gordas,ás veses
não correspondia á notícia.
Eu sabia que se tratava óbviamente
de tom irónico,mas lembrei-me de
que o nosso blog anda a ser visto
por outros "colheiteiros" .
Já vis-te Tereza MAS DE 5.000 VISITAS.
uM ABRAÇO BARTOLOMEU
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