Se
Se tu mantens a calma quando à tua volta
Todos a perdem e dizem que a culpa é tua;
Se apenas tu e ninguém mais em ti confia
Mas consideras essa dúvida normal;
Se ficas à espera sem que a espera te canse,
Ou se à mentira não respondes com mentiras,
Ou, sendo odiado, não cedes ao ódio,
Antes és humilde no gesto e na palavra;
Se consegues sonhar sem submissão ao sonho
E pensar sem que pensar seja um fim em si;
Se consegues enfrentar triunfo e derrota
E tratar por igual esses falsários ambos;
Se toleras qu’ a verdade que tu disseste
Patifes a deformem para enganar tolos,
Ou vendo quebradas coisas que tu criaste
Curvad’as recrias com ferramentas gastas;
Se consegues pôr teus ganhos todos num monte
E arriscas tudo num lance de moeda ao ar,
E perdendo, recomeças dos teus primórdios
Sem dizeres palavra sobre o que perdeste;
Se consegues obrigar o teu corpo e a alma
A ficarem ao teu serviço após partirem
E resistir quando já nada resta em ti
Para além da Vontade que lhes diz:”Aguentem”.
Se falando com multidões,mantens a virtude
Ou andas com reis sem abandonares os simples;
Se nem inimigos nem amigos t’ofendem,
Se todos contam contigo em justa medida
Se valorizas o minuto inexorável
Com sessenta segundos de longa corrida –
A terra é tua e tudo quanto nela existe,
E - o que é mais – tu serás um Homem meu filho!
Rudyard Kipling
(versão,M.Carvalho, Nov.06)
Por impossibilidade técnica de enviar para o Duarte , o Manel enviou para mim a tradução do famoso IF, a fim de ser publicada. Já cumpriu a sua parte, portanto não será mais causticado, penso eu.
3 comentários:
Muito bonito, Manel. Obrigada pelo teu excelente trabalho. E oportuno: toda a colheita está em idade e condições de fazer um balanço, e perceber se pode ou não incluir-se na categoria daqueles a que Kipling chama "um Homem".
Pela amostra aqui do blogue, não estamos no mau caminho, pois não?
Um abraço.
Teresa
Manel, valeu a pena o desafio que o Duarte te fez.Obrigada.
Não sei se te pagou devidamente..., mas isso são contas vossas.
Um abraço.
Gélica
Gélica e Teresa!
A paga é a generosidade das vossas palavras,que também se devem ao desafio do Osório, que, em boa verdade,eu nunca esperaria que me pedisse uma tradução e logo daquele texto.Mas fez.E eu tive que recorrer aos bons ofícios do Helder
para lho enviar ,porque ele não me abria a porta.
Eu conhecia o capuchinho vermelho; ele põe o encarnado à vista de toda a gente
Não gosto deste facciosismo :
Vermelho é vermelho;encarnado é benfi-
quista.
É um prazer "estar" convosco.
Que é que têm programado para comemorarmos o 1º de Dezembro?Amanhã falamos.Vosso,M.C.
Enviar um comentário