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domingo, novembro 12, 2006

A formosura de uma Vida que nasce

Amigo tri-avô, bem-vindo à confraria!!! Para ti, procurei alguns versos de João Cabral de Mello Neto (não de Adriano Suassuna, como erradamente disse aqui, há umas semanas) que cantam o nascimento duma criança. no caso um menino. "Mutatis mutandis", aí vão em homenagem à tua neta, com um grande abraço para ti.


—— De sua formosura
deixai-me que diga:
é belo(a) como o coqueiro
que vence a areia marinha.

—— De sua formosura
deixai-me que diga:
belo(a) como o avelós
contra o Agreste de cinza.

—— De sua formosura
deixai-me que diga:
é tão belo(a) como um sim
numa sala negativa.

—— Belo(a) porque é uma porta
abrindo-se em mais saídas.

—— Belo(a) como a última onda
que o fim do mar sempre adia.

—— é tão belo(a) como as ondas
em sua adição infinita.

—— Belo(a) porque tem do novo
a surpresa e a alegria.

—— Belo(a) como a coisa nova
na prateleira até então vazia.

—— Como qualquer coisa nova
inaugurando o seu dia.

—— Ou como o caderno novo
quando a gente o principia.

—— E belo(a) porque o novo
todo o velho contagia.

—— Belo(a) porque corrompe
com sangue novo a anemia.

—— Com oásis, o deserto,
com ventos, a calmaria.

(Excerto de "Morte e Vida Severina"
de João Cabral de Mello Neto)

2 comentários:

Anónimo disse...

Deixaste-me com um lágrima ao canto do olho.Obrigado.Um beijo
Hélder

Anónimo disse...

Teresa vem mais veses ao Blog.
Gosto e parece que gostamos todos
das tuas intervenções.
Um abraço
Bartolomeu