Genéricos
A guerra a que estamos a assistir em torno da prescrição de medicamentos genéricos mostra bem a incapacidade que Sócrates tem revelado a enfrentar os grupos de pressão. De um lado, as farmácias tentam forçar a venda de genéricos, do outro, os médicos querem fazer valer as suas opões, no meio uma ministra que não sabe muito bem o que decidir e se refugia na lei. Aliás, esta dificuldade em lidar com a força dos grupos de pressão no sector fiou evidente quando Sócrates substituiu Correia de Campos, muito provavelmente o melhor ministro do seu Governo, pondo fim a um processo de reformas, para dar lugar a uma gestão medrosa do sector, onde o suposto diálogo não é mais do que uma tentativa desajeitada de agradar a gregos e troianos....
As farmácias tendem a transformar-se num imenso oligopólio, beneficiando de lucros exagerados à sombra de um mercado do medicamento sem qualquer concorrência. O seu imenso poder financeiro, alimentado por lucros fáceis e generosos, levou a que o Estado seja refém dos seus interesses. A Associação Nacional de Farmácias aparece associada ao negócio da produção de genéricos, lança cartões de crédito, faz campanhas políticas quando o Governo os incomoda e o seu presidente aparece frequentemente a falar em público em termos que nem os líderes das confederações patronais usam.
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in O Jumento
3 comentários:
Os interesses instalados dessas classes são demasiado poderosos.Entre elas.."venha o diabo e escolha"...
A saúde das pessoas é que não pode estar sujeita a "braços de ferro".
gb
Vi agora uma medida do governo que é de aplaudir " Não comparticipa remédios que não tenham sido receitados pelos médicos " , gostei
Mas é o óbvio,não é, Átila? E em consequência disso, a ANF já recuou. Claro.
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