Pois Dezembro era um mês de festa. Começava no dia 1 (as evidências nunca nos traem,,,): alvorada, banda do Patronato, hino da Restauração, capas negras, récitas, serenatas, sonhos.
Lembro-me das mocas, sim senhor...Como desejava ser rapaz e saltar para a rua e ir aos pulos, de moca na mão, à frente da banda!
Quando agora ouvi o hino postado pelo Hélder, tudo isso veio à flor da memória. Inclusivamente um episódio já (quase) esquecido de que esta vossa amiga foi protagonista, meio ingénua, meio atrevida, mas cúmplice com o espírito da quadra.
A maior parte de vós deve-se lembrar de onde eu morava: na rua de Trás, em frente ao arco. Duas portas adiante, a caminho da antiga câmara, era a casa do governador civil, cujo enorme quintal chegava quase à Estacada. Digo quase porque lá ao fundo havia uma serração que fazia de fronteira (o que, como sabeis, serve de separação mas também de ligação...).
Das traseiras da minha casa , via-se o velho jardim da câmara - lindo, cheio de canteiros com amores-perfeitos, de castanheiros-da-Índia, com uma ponte pequenina sobre um simulacro de regato e um caramanchão coberto de glicínias -
e a seguir os quintais todos, entre eles o do governador. Tinha ele (o quintal) a particularidade de estar cheio de árvores de fruto e de nele se recrearem os dois filhos dele (governador), rapazolas mais ou menos da nossa idade. Como imaginais, um dos divertimentos nossos preferidos, da minha irmã e de mim, era comentar uma com a outra as deambulações dos dois meninos, entre risos e cotoveladas.
Além das árvores e dos jovens alvos de risota, havia um galinheiro muito bem fornecido. Ele era galinhas, ele era patos e perus, que sei eu...uma fartura altamente cobiçada por alturas do 1.º de Dezembro, para ceias e patuscadas.
Já percestes todos o que aconteceu. Não sei se por minha iniciativa, se pela dos directamente envolvidos no gamanço, a planta dos quintais das traseiras daquele troço da rua de Trás foi-lhes parar às mãos, desenhada e anotada por mim -
confesso o crime ao fim de 44 ou 45 anos! - e o dito galinheiro foi gloriosamente assaltado, como era devido! Acreditais que não me lembro já de quem eram os co-autores?!
O Isaías afirma que o governador, a partir de então, mandou que todas as tascas e restaurantes de Bragança e arredores averiguassem a proveniência dos galináceos que a matula lhes apresentasse para cozinhar...
Lembro-me das mocas, sim senhor...Como desejava ser rapaz e saltar para a rua e ir aos pulos, de moca na mão, à frente da banda!
Quando agora ouvi o hino postado pelo Hélder, tudo isso veio à flor da memória. Inclusivamente um episódio já (quase) esquecido de que esta vossa amiga foi protagonista, meio ingénua, meio atrevida, mas cúmplice com o espírito da quadra.
A maior parte de vós deve-se lembrar de onde eu morava: na rua de Trás, em frente ao arco. Duas portas adiante, a caminho da antiga câmara, era a casa do governador civil, cujo enorme quintal chegava quase à Estacada. Digo quase porque lá ao fundo havia uma serração que fazia de fronteira (o que, como sabeis, serve de separação mas também de ligação...).
Das traseiras da minha casa , via-se o velho jardim da câmara - lindo, cheio de canteiros com amores-perfeitos, de castanheiros-da-Índia, com uma ponte pequenina sobre um simulacro de regato e um caramanchão coberto de glicínias -
e a seguir os quintais todos, entre eles o do governador. Tinha ele (o quintal) a particularidade de estar cheio de árvores de fruto e de nele se recrearem os dois filhos dele (governador), rapazolas mais ou menos da nossa idade. Como imaginais, um dos divertimentos nossos preferidos, da minha irmã e de mim, era comentar uma com a outra as deambulações dos dois meninos, entre risos e cotoveladas.
Além das árvores e dos jovens alvos de risota, havia um galinheiro muito bem fornecido. Ele era galinhas, ele era patos e perus, que sei eu...uma fartura altamente cobiçada por alturas do 1.º de Dezembro, para ceias e patuscadas.
Já percestes todos o que aconteceu. Não sei se por minha iniciativa, se pela dos directamente envolvidos no gamanço, a planta dos quintais das traseiras daquele troço da rua de Trás foi-lhes parar às mãos, desenhada e anotada por mim -
confesso o crime ao fim de 44 ou 45 anos! - e o dito galinheiro foi gloriosamente assaltado, como era devido! Acreditais que não me lembro já de quem eram os co-autores?!
O Isaías afirma que o governador, a partir de então, mandou que todas as tascas e restaurantes de Bragança e arredores averiguassem a proveniência dos galináceos que a matula lhes apresentasse para cozinhar...
3 comentários:
Ouvi falar dessa situação, e o Governador bem quis saber quem foram os autores do texto, mas não conseguiu. Por acaso desconheço ou autores mas dou-lhes passados estes anos todos os meus parabéns e a ti também pela coragem ...
No nosso ano, houve quem roubasse um peru
à capoeira do governador, o metesse numa mala, chegasse à rua e tivesse encontrado um polícia conhecedor de muitas histórias do 1º de Dezembro , que os interceptou e, na atrapalhação,a mala abriu-se.O peru regressou ao local de origem e o susto foi tido por bastante castigo.Estaremos a falar do mesmo? M.C.
Teresa gostei muito do teu artigo.
A poucos dias do 1º de Dezembro que pedir melhor.
Olha Teresa se o Isaias não me levasse a mal, diria que foi ele
que comamdou o "golpe de mão" á
capoeira,situação que lhe deu
experiência para futuras op. ma
Guiné. Lá nos encontramos. O Isaias era na ocasião alferes.
Voltando ao teu artigo-serenatas-
havia, mas os "cantantes" parece que não eram famosos. Olha, já não me recordo bem.
Quanto á tal serração, havia e há
agora com herd. do proprietário.
Continua a enviar os teus artigos
sempre lidos com satisfação.
Como é o nosso grito da Colheita?
EM FRENTE - CONTINUAR
Um abraço do "OLD"
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