Amigo tri-avô, bem-vindo à confraria!!! Para ti, procurei alguns versos de João Cabral de Mello Neto (não de Adriano Suassuna, como erradamente disse aqui, há umas semanas) que cantam o nascimento duma criança. no caso um menino. "Mutatis mutandis", aí vão em homenagem à tua neta, com um grande abraço para ti.
—— De sua formosura
deixai-me que diga:
é belo(a) como o coqueiro
que vence a areia marinha.
—— De sua formosura
deixai-me que diga:
belo(a) como o avelós
contra o Agreste de cinza.
—— De sua formosura
deixai-me que diga:
é tão belo(a) como um sim
numa sala negativa.
—— Belo(a) porque é uma porta
abrindo-se em mais saídas.
—— Belo(a) como a última onda
que o fim do mar sempre adia.
—— é tão belo(a) como as ondas
em sua adição infinita.
—— Belo(a) porque tem do novo
a surpresa e a alegria.
—— Belo(a) como a coisa nova
na prateleira até então vazia.
—— Como qualquer coisa nova
inaugurando o seu dia.
—— Ou como o caderno novo
quando a gente o principia.
—— E belo(a) porque o novo
todo o velho contagia.
—— Belo(a) porque corrompe
com sangue novo a anemia.
—— Com oásis, o deserto,
com ventos, a calmaria.
(Excerto de "Morte e Vida Severina"
de João Cabral de Mello Neto)
2 comentários:
Deixaste-me com um lágrima ao canto do olho.Obrigado.Um beijo
Hélder
Teresa vem mais veses ao Blog.
Gosto e parece que gostamos todos
das tuas intervenções.
Um abraço
Bartolomeu
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