As mães e os pais bem se podem queixar de serem presos por ter cão e por não o ter. Se estimulam os seus filhos e são exigentes com o seu desempenho académico há sempre alguém que vem dizer que estão a utilizá-los para realizarem os projectos ou sonhos que não conseguiram curmprir. Acusam-nos facilmente de lhes roubarem a autonomia e o poder de decisão, condicionando-os a ser aquilo que eles nunca foram. Quando respondem que querem apenas que o filho desenvolva o seu potencial, são muitas vezes olhados de lado.
Se é o seu caso, vai ficar contente com o resultado de um estudo levado a cabo pela Universidade de Londres, e ontem divulgado pela revista New Scientist e citado pela BBC. Os especialistas seguiram o percurso de vida de três mil raparigas nascidas em 1970, e procuraram correlacionar o seu grau académico, o seu sucesso profissional e o seu grau de satisfação com a vida aos 30 anos, com as expectativas que as suas mães tinham para elas quando crianças e adolescentes.
A conclusão foi a de que quanto mais as mães esperavam das filhas, quanto mais lhes diziam confiar nas suas capacidades, mais longe elas iam. A grande maioria das raparigas a quem as mães aos dez anos profetizavam um curso superior, tinham-no obtido de facto. Curiosamente, esta ambição materna influenciava as raparigas independentemente da classe social e da estrutura familiar a que pertenciam. Este facto contraria a tese de que seriam apenas as mu-lheres que não puderam estudar que incitariam as filhas a subir na vida, em busca de um outro conforto económico.
Um dos investigadores defende que o segredo não está nas palavras da mãe, mas no seu exemplo. Argumenta que as filhas se identificam com o modelo materno e que, se as mães forem ambiciosas e lutadoras, terão tendência para as imitar. O próximo estudo promete já empenhar-se em descobrir de que forma é que as expectativas dos pais para as suas queridas meninas as influenciam, e se esse «poder» é maior ou menor do que o das mães.
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