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sábado, outubro 04, 2008

Profecias auto-realizáveis

Um rapaz acredita que ninguém gosta dele. Em consequência torna-se antipático, o que leva a que, de facto ninguém goste dele. Este é o exemplo típico de uma profecia auto-realizável.

A nossa vida está cheia delas. Muitos fenómenos psicológicos e psicopatológicos podem-se entender a esta luz: em certas condições, basta que se tenha uma crença para que ela se realize. As crenças (ou teorias) que os pais têm sobre os filhos realizam-se com frequência, podendo ser benéficas, se forem positivas, ou devastadoras, quando negativas.

É por isso que uma teoria psicológica que adquira importância acaba por parecer verdadeira. Porém, não é a teoria que se adequa aos factos, mas sim estes que se adaptam à teoria. Ela será uma teoria, mas não uma teoria científica.

As profecias auto-realizáveis ocorrem em todos os contextos interactivos onde os humanos são autores e sujeitos da crença, e simultaneamente visados por ela. Para além da psicologia, podemos encontrá-las na política, na sociologia e na economia. Imagine-se o que aconteceria se todos acreditássemos que os bancos iriam ficar insolventes: a crença realizar-se-ia.

Há assim quem entenda que as ciências humanas não são verdadeiras ciências, mas sim retóricas que engendram factos. Fazem-no porém dentro de certas condições e limites, pois às vezes também engendram os factos que destroem a teoria.

Nos dias de hoje, pode estar em causa a ciência económica e suas teorias mais recentes.

J.L. Pio Abreu

1 comentário:

redonda disse...

Interessante. E como é que se contraria a profecia?