Cavaco Silva acabou por promulgar a Lei do Divórcio , mas fez um comunicado pleno de profecias trágicas e funestas quanto à sua aplicação. Diz que a sua primeira rejeição não decorria de uma "visão ideológica" do casamento – mas era tarde para esse esforço de justificação. Quase todas as razões avançadas pelos adversários da nova lei pareciam, muito mais, querer pôr em causa a própria legitimidade moral do divórcio, enquanto conceito, do que esta reforma.
Depois, Cavaco Silva não levou em conta que a lei até agora em vigor foi uma desgraça: favoreceu conflitos desgastantes, os filhos eram armas de arremesso num processo onde reinava a burocracia. Não sei se esta reforma vai resultar, mas já era tempo de tentar mudar o que estava tão mal.
Carlos Abreu Amorim, professor universitário
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