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quarta-feira, março 31, 2010

Lágrima



Lágrima

Cheia de penas
Cheia de penas me deito
E com mais penas
Com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
Este jeito de te querer tanto

Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim um castigo
Não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo

Se considero
Que um dia hei-de morrer
No desespero
Que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chão
Estendo o meu xaile
E deixo-me adormecer

Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu em havias de chorar
Uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegria
Me deixaria matar

Amália Rodrigues
366 poemas que falam de amor
Quetzal Editores

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito de ler e ouvir, embora eu não seja capaz de ver (viver) o Amor com tanto dramatismo. Esta interpretação ainda é mais pungente que a de Amália. Quando vou no carro, também a cantarolo, mas sem convicção.
Bons e saudáveis amores.
Fbbc

Rosa dos Ventos disse...

Gosto deste fado, quer na voz de Amália quer na de Dulce Pontes mas estou como a Fbbc, é dramatismo que não concebo no Amor.
Talvez na adolescência tenha sofrido penas de amor mas quando revejo o "objecto" do meu desassossego dá-me vontade de rir! :-))

Abraço

Anónimo disse...

Fado é fado e eu deste gosto.
gb