«Acontece que este país vai tendo alguma política de ordenamento, mesmo que muitos, como eu próprio, desejem mais. O PNPOT - Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território está apresentado e concebe um país que existe, interpretando onde estão as estruturas, os dinamismos urbanos e a capacidade competitiva. Consagra também os grandes "corredores" que ligam os sistemas territoriais no litoral e no interior (as expressões que usei entre aspas são do PNPOT). Não é pensável termos uma estratégia de macro-ordenamento do país como a do PNPOT (que, com toda a independência, não hesito em considerar de grande qualidade) e depois termos um aeroporto num lugar totalmente dissonante dessa estratégia. Acaso acontecerá que alguns do que clamam todos os dias contra a falta de ordenamento queiram agora ignorá-lo quando ele é crucial? Sou economista e conheço o conceito de "renda" e designadamente de renda fundiária. Renda fundiária é um sobrelucro captado pelos que detêm um recurso fundiário, portanto não susceptível de ser produzido nem deslocado, e cuja valorização resulta mais das condições diferenciais que o rodeiam do que de si mesmo. Quer dizer, um rentista é aquele que vive das condições que outros (homens ou natureza) lhe proporcionam. Mas podem ser também as políticas a favorecerem os rentistas. Nesse caso não são boas políticas. Um aeroporto não pode ser um instrumento ao serviço de rentistas. Inversamente, um aeroporto para o país é aquele que maximize o serviço prestado aos sistemas urbanos e à economia. Parece-me que é na Ota que esta condição se cumpre.» [Público assinantes Link]
José Reis
2 comentários:
Os pró-Ota estão no contra-ataque.
Brevemente ficaremos mais esclarecidos. Esta dos "rentistas" é boa (santa ignorância a minha!)!
Já tardava o branqueamento da teimosia!Não vale a pena argumentar em sinal contrário já que o senhor ministro (aquele que parece que é mesmo engenheiro)já o disse aos 4 ventos!Preparem-se para aguentar!
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