Como uma flor vermelha
À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.
Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.
Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.
Sophia de Mello Breyner Andresen
- Obra Poética I
2 comentários:
Sophia rima com poesia...
E rima muito bem!
Abraço
Penso que o Dia da Poesia (tal como o da Mulher) deve ser todos os dias.
Há sempre algo que pode inspirar a nossa alma poética ou um bom poema para ler...
Sophia é lídima merecedora da Rosa Vermelha que lhe é dedicada!Parabéns!
Urze dos Montes
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