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sexta-feira, abril 25, 2008

Aonde estavas tu , no 25 de Abril de 1974 ?

Para mim o dia acordou como quase todos os outros , um pouco acinzentado , a mesma rotina matinal e a saída às 8h15 para entrar no Banco a horas. A minha porta de saída de casa era contígua à da entrada do Banco pelo que , quase não tinha que pôr o pé na rua .
Ainda antes de entrar , notei qualquer coisa no ar.
Da parte de fora vi os meus colegas juntos fora do balcão com ar de grande expectativa , pois àquela hora as notícias não eram conclusivas , mas com grande ansiedade da confirmação das mesmas . Entrei e disseram-me " Houve uma revolução , os militares tomaram conta do poder e estão a tentar prender o Marcelo Caetano " , já temos instruções para não abrir o Banco ao público e para aguardarmos instruções.
Pouco conhecedor da política como eu era , não medi bem o que se estava na passar e deixei-me ir na onda... Só sabia e chegava , que a ditadura tinha chegado ao fim e que nova era de Liberdade tinha começado.
Sabia também que "não mais soldados para a guerra " e que aquilo que eu tinha jurado a mim mesmo no regresso da dita ( filhos meus nunca para lá irão ) se iria cumprir normalmente , portanto sem recurso a outro tipo de manobras.
Foi um dos dias mais felizes da minha vida...
Conta-nos o teu .

3 comentários:

Anónimo disse...

Regressava nesse dia de férias para
casamento.
Ao chegar ao Banco não se sabia de nada.A velha brincadeira quando se "enforcava" algum colega e tudo
com normalidade.A meio da manhã
começaram a aparecer clientes com
a notícia do golpe de estado.
Depois do golpe "falhado" das CALDAS o que é que tu esperavas?
Por isso ,chegou o dia e os capitães deram uma lição de categoria, ou seja um golpe de estado sem um morto.
BV.

Anónimo disse...

Esta foto foi em 1975 na tua antiga casa por cima da sede do PPD não é?
Estavas com o meu pai.

Anónimo disse...

O meu chefe encontrava-se na Alemanha e, como nas suas ausências era eu que o substituia, nesse dia entrei às 7.00 horas no escritório porque estava convocada para as 18horas uma reunião do Conselho Director (membros deste conselho eram administradores das grandes empresas alemãs e de algumas portuguesas) e havia ainda uns "papers" a ultimar. Quando entrei no meu gabinete estranhei não encontrar a nossa "técnica de limpeza", a D. Teresa, senhora muito eficiente e dedicada, cujo horário da parte da manhã era das 6.00 às 9.00 horas. Parti do princípio que teria adoecido ou tido um contratempo. Fiz-me ao trabalho. Por volta das 8.00 horas toca o telefone. Era a D. Teresa a justificar a ausência: uns militares não tinham deixado passar o eléctrico onde ela vinha e tinha sido obrigada a regressar a casa. Parece que estava a haver uma revolução! Liguei de seguida um rádio e tive assim a confirmação da notícia que me tinha sido dada pela D. Teresa. Os meus colegas foram chegando e o alvoroço era tão grande que achei que o melhor era mandar toda a gente para casa. Com muita dificuldade consegui contactar o meu chefe na Alemanha (estraguei-lhe a festa das bodas de ouro dos pais) a quem dei conhecimento do que estava em curso e pedi aval para dispensar os meus colegas, ao que ele anuiu imediatamente sem qualquer objecção. Só que havia a dita reunião às 18.00 horas. Admitindo que alguns daqueles senhores "tão importantes" pudessem aparecer, dar com o nariz na porta e questionarem o meu sentido de responsabilidade, resolvi permanecer no escritório. Comigo ficou um outro colega para eu não estar sozinha. As horas foram passando, fomos ouvindo a radio e, como nenhum dos ditos senhores apareceu, por volta das 20horas fechámos o escritório e rumámos a nossas casas. Nessa altura, residia no Restelo, meti-me no carro e dirigi-me a casa. Curiosamente, nem da parte da manhã nem no regresso a casa tive um "cheirinho" de revolução!! Tudo calmo e tranquilo por onde passei. Foi assim o meu 25 de Abril! Os meses e até mesmo anos que se seguiram é que foram muito interessantes profissionalmente.

LP