Justiça não pode deixar-se ridicularizar
O episódio das férias pagas no Brasil da testemunha-chave da acusação no julgamento de Avelino Ferreira Torres é mais um capítulo lamentável da constante e acelerada degradação da imagem da justiça perante os cidadãos.Acusado de corrupção, extorsão, abuso de poder e peculato, o ex-presidente da Câmara do Marco de Canaveses é o principal beneficiado com a ausência estranha e repentina da testemunhe José Faria.
Do outro lado do Atlântico, Faria pede protecção policial, mas garante que foi Ferreira Torres quem lhe deu os três mil euros que lhe possibilitaram estar no Brasil na data marcada para o início do julgamento.
Brasil, justiça portuguesa e foragidos são três componentes de uma equação que se repete vezes de mais, variando apenas os nomes dos protagonistas: o padre Frederico, a autarca Fátima Felgueiras ou a testemunha Faria. A facilidade com que arguidos vivaços conseguem driblar o braço da justiça é deveras preocupante.
Como também é preocupante que julgamentos mediáticos, como os da Casa Pia e Apito Dourado, se arrastem no tempo a ponto de se ancorar na opinião pública a ideia, necessariamente errada, de que a justiça não é cega e que os ricos, influentes e poderosos conseguem que ela seja muito mais branda para eles do que para os pobres e os desfavorecidos.
A dignificação dos tribunais e dos seus agentes bem como a credibilização da justiça deveriam estar no topo da lista de prioridades do Governo.
A testemunha, Sr Faria, diz que foi o Sr. Torres que lhe pagou a viagem.
Mas também o meteu à força no avião?
Ou então terá havido ameaças sérias?
Se este Sr. Faria fosse julgado e condenado pela sua atitude, não com uma multazinha que o Sr Torres pagaria, da próxima vez pensava bem antes de se ir torrar para os trópicos.
Ele e outros que tais!
Para quando um safanão na Justiça?
Este país não tem emenda, é como o Benfica!
1 comentário:
É mais fácil o Benfica ter emenda... infelizmente!!!
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