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sábado, dezembro 27, 2008

O vídeo do dia ...

Leio uma notícia sobre a aula onde alunos do 11.º ano de escolaridade (tendo à volta de 16, 17 anos) apontaram uma pistola de plástico a uma professora: "Na origem deste caso (...) está um vídeo, com cerca de 30 segundos, filmado com um telemóvel, que mostra um grupo de alunos a ameaçar a professora de Psicologia com uma arma de plástico." Eu quero fazer uma rectificação: na origem deste caso não está vídeo nenhum, como na origem da queda das Torres Gémeas não estão os filmes, que todos vimos, dos aviões a embater nelas. Na origem deste caso estão alunos a apontar uma pistola de plástico a uma professora. Faço a rectificação também porque a presidente da Associação de Pais da Escola do Cerco, no Porto, achou necessário informar que não foram os alunos que colocaram o filme no YouTube, mas "alguém que não é amigo deles."

Eu, se fosse da Associação de Pais daquela escola, focalizaria toda a minha atenção no facto maior, aquele que é "a origem deste caso": alunos de 16, 17 anos apontarem uma pistola de plástico a uma professora.

Enquanto estes factos extraordinários forem lavados com água de malvas, continuaremos a ter estes factos extraordinários.

In DN de há dias

2 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

A Escola do Cerco é muito problemática e os alunos dos cursos tecnológicos são, em geral, ainda mais complicados que os outros, por isso não deve ser nada fácil atender "estes clientes"...
Quando os vejo de capuz na cabeça, todos em pé, a dizerem palavões e a apontarem uma arma de plástico à professora sinto-me constrangida por ela que deve fazer tudo o que é humanamente possível para trabalhar com eles.
Lembro-me dos meus 38 anos de serviço, do meu grau de exigência ao nível de postura, nada de camisas abertas, nada de bonés, nada de telemóveis, nada de pastilhas elásticas, nada de gente em pé, nada de linguagem desadequada e se algum insinuava que eu era demasiado rígida respondia-lhes que não estava a concorrer para Miss Simpatia e eles acabavam por rir.
Numa aula há tempo para rir e tempo para trabalhar, tempo para o silêncio e tempo para o ruído.
Tudo com peso, conta e medida!
Só que é fácil falar quando não se tem a pouca sorte de trabalhar em ambientes tão degradados socialmente.Há escolas que são autênticos barris de pólvora.
A minha solidariedade está com todos os professores que lutam por contrariar o quotidiano do "lá fora" e nem sempre atingem os seus objectivos.

Abraço para ti, Átila

Anónimo disse...

É muita pena que nem todos os professores sejam como a Rosa dos Ventos, pois certamente teriamos uma escola diferente. No caso presente, surpreendeu-me o facto de a professora visada ser "brincalhona" e por isso desculpabilizar o comportamento dos seus alunos. Ou será que procede assim por medo? Ainda vão chegar tempos em que serão poucos os que quererão exercer esta profissão.

LP