É difícil encontrar o Espírito de Natal, aquele que é suposto aquecer-nos a alma, dar-nos a experimentar a felicidade pura, aquela que normalmente só sentimos quando conseguimos surpreender alguém, inclusivamente a nós mesmos.
Aparentemente, o obstáculo é o tempo, o tempo que se escoa como a areia numa ampulheta, entre o trabalho que é preciso manter, as sms de Natal, os almoços de empresa e a correria por dentro dos estabelecimentos comerciais a abarrotar de gente, e de onde saímos mais pobres, em todos os sentidos.
Mas o relógio só nos oprime a este ponto, porque deixamos, porque a certa altura estamos a seguir um guião que não fazemos ideia de quem escreveu, cheios de medo de que o nosso presente não esteja à altura da expectativa dos outros, como hamsters a encher as bochechas de coisinhas, esquecidos daquilo que é o Natal.
A verdade é que enquanto as árvores e os enfeites se multiplicam, quase que temos vergonha de olhar para o Presépio, e no entanto é por causa dele que marcámos o dia 25 de Dezembro no calendário.
Mas está lá tudo: uma mãe que aceitou de braços abertos o seu destino, um padrasto no melhor sentido da palavra, que nem por um momento abandonou a mulher e o filho "afectivo", e um bebé que veio revolucionar para sempre a concepção do poder.
Um rei que escolheu ser adorado por pastores (os pobres e marginais de então), e que encara o seu lugar como uma missão de serviço (ideia que bem podia inspirar os nossos políticos).
Não é preciso acreditar em Deus para perceber o alcance desta história, que há mais de dois mil anos nos junta a todos em redor de umas palhinhas.
In Destak de hoje
Aparentemente, o obstáculo é o tempo, o tempo que se escoa como a areia numa ampulheta, entre o trabalho que é preciso manter, as sms de Natal, os almoços de empresa e a correria por dentro dos estabelecimentos comerciais a abarrotar de gente, e de onde saímos mais pobres, em todos os sentidos.
Mas o relógio só nos oprime a este ponto, porque deixamos, porque a certa altura estamos a seguir um guião que não fazemos ideia de quem escreveu, cheios de medo de que o nosso presente não esteja à altura da expectativa dos outros, como hamsters a encher as bochechas de coisinhas, esquecidos daquilo que é o Natal.
A verdade é que enquanto as árvores e os enfeites se multiplicam, quase que temos vergonha de olhar para o Presépio, e no entanto é por causa dele que marcámos o dia 25 de Dezembro no calendário.
Mas está lá tudo: uma mãe que aceitou de braços abertos o seu destino, um padrasto no melhor sentido da palavra, que nem por um momento abandonou a mulher e o filho "afectivo", e um bebé que veio revolucionar para sempre a concepção do poder.
Um rei que escolheu ser adorado por pastores (os pobres e marginais de então), e que encara o seu lugar como uma missão de serviço (ideia que bem podia inspirar os nossos políticos).
Não é preciso acreditar em Deus para perceber o alcance desta história, que há mais de dois mil anos nos junta a todos em redor de umas palhinhas.
In Destak de hoje
4 comentários:
Muito bem Helder.
BV
Aparentemente dessacralizando o Natal, é muito refrescante este recurso à ideia de salvação do mundo através de uma certa disfuncionalidade familiar avant la lettre , da inclusão social , de algo exterior e grandioso como referente às agruras da vida e às miudezas humanas.Um fato novo para uma mensagem antiga.Bom Natal!
A gentileza do nosso chefe não tem limites.
Um abraço
gb
Gostei muito deste artigo que diz bem das grandes mutações que tem sofrido a quadra natalícia. É pena que hoje se resuma praticamente ao consumo. Felizmente, ainda há quem continue a gostar do presépio e lhe reserve um lugar ainda que muitas vezes aos pés da árvore de Natal.
LP
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