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terça-feira, setembro 23, 2008

Conversas com o meu Velho

- A que horas passa amanhã a camioneta para Bragança?
- Porque quer saber, pai?
- Quero ir para a minha casa...
- Mas a sua casa é aqui!
- E onde estamos?
- No Porto.
- Como é que vim cá parar?!...

Alguns minutos depois:
- A Maria (como ele chamava à minha mãe) já saiu?
- Pai, a mãe morreu há quatro anos...
- E porque é que não me dissestes nada?!...
- Dissemos, sim, pai.
................................................................................
- Quero-me ir embora.
- Para onde?
- Para a outra casa, onde está a Maria...
(saio da sala com um nó na garganta)

10 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Envelhecer assim é terrível!

Um abraço solidário

Anónimo disse...

Um grande abraço para ti e para o teu pai. Madalena e Fernando

Anónimo disse...

Infelizmente,sei o quanto esses diálogos são dolorosos...

Um beijinho para ti e para o teu pai.
GB

Anónimo disse...

Teresinha : que bem te compreendo ... mas é teu Pai . Calma e paciÊncia é o que é preciso.
HB

DuarteO disse...

A vida prega-nos partidas injustas.
Geralmente quem mais sofre é quem menos merece.
Tens sofrido muito ao longo da tua vida, mas a tua força é grande e ultrapassa, tem de ultrapassar, todo o sofrimento.
Sei o que é estar exterior à realidade, por isso tens todo o meu apoio porque um dia nem tu serás reconhecida.
Então a dor será maior.
Um grande beijo para ti e um abraço para o teu pai.

Anónimo disse...

Teresa!
Se o seu pai é quem eu penso que é. O Dr F.P.(verdade?) fale-lhe de Babe a ver como reage e se se lembra...mesmo da Ema sff (Minha falecida mãe...memórias de quando o seu tio avó (suponho) esteve lá (Babe) e seu pai e suas tias iam de férias para a minha aldeia...Por vezes essas memórias vêm mais ao de cima nestas fases da vida ( mas aí o Duarte saberá melhor do que eu se assim é)...De qq modo Um abraço pois trasmontana sei que é ...Como haviauma filha com nome igual ao meu, e com o T.P. data da morte da mãe, pareceu-me ser a pessoa que suponho. Eu moro em Gaia...

M. Teresa

Teresa disse...

Amigos, como é bom sentir o vosso abraço...Desculpai o desabafo, não quis fazer alarde de sofrimentos e penas, mas vós conheceis o meu pai e eu quis dar-vos contas de como ele está. Não acho que a minha dor seja maior ou mais especial do que a de qualquer filho, em circunstâncias semelhantes, mas é quase insuportável ver a degenerescência mental de qualquer ser humano avançar de dia para dia. Como somos frágeis!
Tere, não a conheço, mas de facto a minha família paterna está ligada a Babe e o meu pai nasceu lá. O meu avô paterno viveu em Babe com um tio padre, o sr. Reitor, como lhe chamavam na altura, antes de começar a sua vida nómada de professor primårio pelo distrito de Bragança.
O meu pai lembra-se de Babe com certeza, mas das pessoas...tenho as minhas dúvidas. De qualquer modo, falar-lhe-ei na sua mâe. Quem deve lembrar-se bem dela é a minha tia Irene.
Obrigada

Anónimo disse...

Quando acabei de ler o que escreveste senti uma grande emoção, e duas lágrimas cairam...
Desejo-te muita coragem.
Um abraço para ti e teu pai.
Cesarina

Anónimo disse...

Teresa, o diálogo com o teu Pai tocou-me profundamente porque tenho para termo de comparação a minha Mãe que com os seus 86 anos está espectacular! Nem consigo imaginar o que se deve sofrer com estas situações. Mas tu és uma filha excepcional e estou certa que vais ter força, paciência e coragem para enfrentrar esta provação.
Beijos

LP

Anónimo disse...

Beijinhos a sua Tia Irene... da Teresa da Ema de Babe sff)...ela não deve saber que a minha mãe faleceu há 5 anos, Como eu tb não tinha ainda sabido do falecimento da sua ...minha Prof de FranCês no Liceu qd seu pai era REITOR do mesmo....AMIGOS que reencontrei no Porto diversas vezes na Casa Regional de trasmontanos e alto durienses...eu sou cinquentona, rssss