Explicar devagar para «eles» perceberem. Clive Stafford Smith, director da ONG britânica REPRIEVE, em conferência de imprensa, realizada na Ordem dos Advogados, em Lisboa, em Abril último, teceu severas considerações contra o governo português pelo «envolvimento» no transporte de presos para Guantánamo. Afirmou mesmo haver «zero de dúvidas de que houve cumplicidade do governo português e envolvimento no transporte de presos suspeitos de terrorismo». A sessão da ONG e as críticas – justas ou injustas, conforme as ópticas – ao governo português são normais em democracia. Haveria um terramoto político se o governo decidisse expulsar de imediato do país o protagonista da conferência de imprensa. Mas foi isso que aconteceu, ontem, na Venezuela. Chávez expulsou do país o director e o vice-director de uma ONG que apresentou em Caracas, em conferência de imprensa, um relatório sobre direitos humanos, onde se criticava o governo venezuelano.´Isto traduz a medida da democracia. Contudo, o «problema» é que, as mesmas pessoas que aplaudiram de pé, na primeira fila, a ONG que criticou o governo português, estão agora, também, na primeira fila, a elogiar a «firmeza» de Chávez contra os «agentes do imperialismo» que se querem imiscuir nos assuntos internos de um país soberano. Haja paciência!
in Hoje há conquilhas amanhã não sabemos
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