Estão a ser penosas as últimas semanas presidenciais de Bush. Pior ainda: perigosas, muito perigosas.
Um império com um imperador desacreditado dentro e fora de portas, dá nisto: falta de respeito, desaforo. Se dentro, Sarah espevita sondagens, enquanto o general Petraeus sai do Iraque antes que a América de lá saia e os bancos americanos desatam a falir porque se destrairam a jogar dominó, os dentes arreganham por todo o lado perante um momento único de máxima fraqueza americana: Chavez mostra os seus recursos em oratória lumpen; os embaixadores americanos na América do Sul são despejados como inquilinos mal cheirosos; a Rússia manda barcos e aviões passearem até a Venezuela para vingarem a memória de Krutchov; Cuba pede um interregno no bloqueio para receber asfalto, tijolos e cimento para reparar caminhos e casebres. Por cá, vai-nos salvando o optimismo evangélico de Sócrates e Teixeira dos Santos, garantindo que o PIB se aguenta 0,1% acima dos que mais descem ou menos crescem, mas sabe-se que um optimista excessivo está sempre na véspera de se transformar num pessimista deprimido.
O mundo que aguente até às eleições americanas. Se for capaz.
in Agua Lisa (6)
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2 comentários:
Joseph Stiglitz,Prémio Nobel da Economia de 2001, declarou numa entrevista ontem que " a queda de Wall Steet é para o fundamentalismo de mercado o que a queda do Muro de Berlim foi para o comunismo - diz ao mundo que esta forma de organização económica revela que não é sustentável."
Acho que não é mesmo... embora não costume pronunciar-me nestas grandes e complexas problemáticas, sinto que muita coisa pode estar "presa por um fio", insustentávelmente, caso a reviravolta não chegue depressa...é ocasião de ter saudades do futuro (se o tivermos...)
Tere
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