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sexta-feira, agosto 15, 2008

CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA (61ª)

Um malandro

Desde do período clássico até aos nossos dias, a Humanidade conheceu, por um lado, líderes carismáticos, fortes, corajosos e leais aos seus povos, e, por seu turno, líderes intransigentes, arrogantes, austeros, populistas e desleais. Hoje quero, de forma resumida e concreta, destacar uma figura que se enquadra no segundo grupo. Trata-se de Hugo Chávez.
Chávez é o actual Presidente da Venezuela, e, como todas as personalidades que exercem altas funções de Estado despertam sentimentos de orgulho e admiração, bem como, de antipatia e aversão. Numa democracia, cabe aos cidadãos eleitores decidir se certa pessoa, que se apresenta a eleições, deve assumir as funções que gostaria de se ver investido. Pressupõe-se que esse escrutínio é feito de forma isenta, livre e periodicamente. Contudo, quando existem políticos “malandros” que querem modificar as regras do jogo democrático usando mecanismos populistas como o referendo, e que, nas campanhas, restringem a liberdade de manifestação e comunicação daqueles que têm uma visão diferente, então esses Estados em que se desenrolam situações como estas, correm sérios riscos de sofrer profundas vicissitudes nos seus sistemas de governo, o que consequentemente contribui para a degradação das relações entre a Sociedade e o Poder Político. Hugo Chávez já usou estes estratagemas para se perpetuar no Poder, mas felizmente falhou. Já recentemente, o DN, do dia 8 de Agosto, noticiou que, na Venezuela, por decisão do Supremo Tribunal, cerca de 300 candidatos às eleições regionais e locais de Novembro teriam sido impedidos de se apresentar às urnas. Bom, de facto o DN não adiantou mais pormenores, mas estas poucas palavras são ilustrativas do seguinte: se na Venezuela se vive realmente numa Democracia, então não mais se trata do que uma “democracia popular”.
Finalmente, queria falar dos nossos partidos mais à esquerda. Vemos o PS, Mário Soares e especialmente o Primeiro-Ministro (PM) com um profundo sentido de camaradagem com Chávez, como que em Portugal existisse um verdadeiro Socialismo. Aliás, todos nós vimos o espectáculo do populismo chávista aquando da recepção de José Sócrates em Caracas, em que o Presidente venezuelano manipulou basicamente o tempo de antena durante essa recepção. O nosso pobre Sócrates teve um curto tempinho para dizer alguma coisinha. E vemos um PCP e um BE muito condescendentes com a aberração da política de Chávez. Se calhar se fosse o Presidente dos EUA a ter atitudes como estas, aí era um antidemocrata, um ditador e um totalitário.
Hugo Chávez é a verdadeira aparência e ilusão do socialismo que diz defender. A verdade é que se esses seus planos ditatoriais e populistas de perpetuação no poder continuarem, acontecerá como se sucedeu aos outros ditadores da sua índole: ficam “orgulhosamente sós”.

By Afonso Leitão

3 comentários:

Anónimo disse...

"Orgulhosamente sós".
Isto é outra matéria,mas adiante.
Gostei do seu artigo,bem escrito
e com interesse.
O Afonso é que tem uma "força" dentro de si,que volta e meia refere o homem que disse a fraze
acima.
Tudo bem e continue sempre.
BV.
Boas férias.Apareça.Temos ainda
muito que ver.

Rosa dos Ventos disse...

A política tem razões que a razão e o coração desconhecem! :-))

Abraço

Anónimo disse...

Bem aplicado o pensamento de B. Pascal.
Um abraço Rosa dos Ventos