Nasci no formidável ano 1989. O ano que mudou o Mundo, e por isso, sinto uma grande nostalgia por isso. Foi o ano em que caiu o Muro de Berlim, que significou simbolicamente o fim da Guerra Fria que se caracterizava por um vertiginoso bipolarismo entre as duas superpotências: Estados Unidos da América (EUA) e União Soviética (URSS). Contudo, hoje vive-se com a nítida sensação de que podemos estar a viver uma “pré-Guerra Fria II”. E que sinais são esses?
Em primeira lugar, o conflito no Cáucaso faz reflectir tendências imperialistas e dominadoras da Federação Russa sobre as antigas repúblicas socialistas que constituíam a ex-URSS. Em segundo lugar, estamos perante uma situação em que a Rússia quer demonstrar ao mundo o seu poderio militar e tecnológico, que era, em tempos, o orgulho da Nação Soviética. Em terceiro lugar, tem-se verificado um crescente número de intervenções críticas e azedas entre EUA e Rússia em razão da morosa retirada das tropas russas, pela questão da colocação do escudo antimíssil em certos zonas geoestratégicas na Europa, e pelo progressivo distanciamento das relações entre NATO (que também tem os seus interesses na Europa de Leste e na região do Cáucaso) e a Rússia.
Apesar destas razões, penso que a actual conjuntura dos acontecimentos desfavorece a Rússia, e pode acarretar consigo um grande perigo: o isolamento internacional. Isolamento em dois sentidos: primeiro, se mantiver a sua feroz ofensiva na Geórgia, não respeitando assim os princípios estabelecidos no cessar-fogo; o segundo, visto que a Rússia apoiou formalmente as regiões separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul, e se nenhum outro Estado apoiar as referida independências, então isso pode-se traduzir numa perigosíssima posição de isolamento perante a Comunidade Internacional. Todavia, apesar deste cenário provável, não nos podemos esquecer que a Rússia tem um excelente argumento a seu favor que pode desconfigurar o xadrez político mundial. É que os EUA apoiaram, e muito mal, a independência do Kosovo, o que dá também legitimidade à Rússia para apoiar as independências da região do Cáucaso.
Esperemos que não expluda nenhuma bomba nas relações Rússia-Ocidente.
By Afonso Leitão
Em primeira lugar, o conflito no Cáucaso faz reflectir tendências imperialistas e dominadoras da Federação Russa sobre as antigas repúblicas socialistas que constituíam a ex-URSS. Em segundo lugar, estamos perante uma situação em que a Rússia quer demonstrar ao mundo o seu poderio militar e tecnológico, que era, em tempos, o orgulho da Nação Soviética. Em terceiro lugar, tem-se verificado um crescente número de intervenções críticas e azedas entre EUA e Rússia em razão da morosa retirada das tropas russas, pela questão da colocação do escudo antimíssil em certos zonas geoestratégicas na Europa, e pelo progressivo distanciamento das relações entre NATO (que também tem os seus interesses na Europa de Leste e na região do Cáucaso) e a Rússia.
Apesar destas razões, penso que a actual conjuntura dos acontecimentos desfavorece a Rússia, e pode acarretar consigo um grande perigo: o isolamento internacional. Isolamento em dois sentidos: primeiro, se mantiver a sua feroz ofensiva na Geórgia, não respeitando assim os princípios estabelecidos no cessar-fogo; o segundo, visto que a Rússia apoiou formalmente as regiões separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul, e se nenhum outro Estado apoiar as referida independências, então isso pode-se traduzir numa perigosíssima posição de isolamento perante a Comunidade Internacional. Todavia, apesar deste cenário provável, não nos podemos esquecer que a Rússia tem um excelente argumento a seu favor que pode desconfigurar o xadrez político mundial. É que os EUA apoiaram, e muito mal, a independência do Kosovo, o que dá também legitimidade à Rússia para apoiar as independências da região do Cáucaso.
Esperemos que não expluda nenhuma bomba nas relações Rússia-Ocidente.
By Afonso Leitão
3 comentários:
Sem cuidar de concordar ou não com as suas opiniões, o que aqui não viria paro o caso, quero-o felicitar pelo seu interesse, manifesto,de assuntos muito graves que estão acontecendo, uma vez mais, neste mundo maluco que não aprende com as cabeçadas sérias que tem dado.
Pricipalmente nestes últimos anos.
Dá gosto ler assim um universitário!
Por isso e por muito mais, um abraço do
JS
Afonso .Li e gostei da sua crónica.
Continuar é o nosso "lema"
BV.
Gostaria ,isto obviamente se lhe interesasar,fazer uma crónca relativa á insegurança que vivemos,
causas próxmas e como a seu ver
desbloquear a situação .
Cmdt JS: eu é que tenho grande prazer em ler os seus comentários, mas como em tudo estamos sempre a melhorar na escrita. Assim continuamos em frente.
Um grande abraço.
Srº BV: insegurnaça é um tema complexo, com o decorrer do curso, aprenderei mais, aí poderei discutir com maior firmeza esse tema. Um dia lá chegaremos.
Um grande abraço.
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