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domingo, agosto 10, 2008

Porque hoje é Domingo...


Passemos, tu e eu, devagarinho


Passemos, tu e eu, devagarinho,

Sem ruído, sem quase movimento,

Tão mansos que a poeira do caminho

A pisemos sem dor e sem tormento.


Que os nossos corações, num torvelinho

De folhas arrastadas pelo vento,

Saibam beber o precioso vinho,

A rara embriaguez deste momento.


E se a tarde vier, deixá-la vir...

E se a noite quiser, pode cobrir

Triunfalmente o céu de nuvens calmas...


De costas para o Sol, então veremos

Fundir-se as duas sombras que tivemos

Numa só sombra, como as nossas almas.


Reinaldo Ferreira

Poemas

1 comentário:

Anónimo disse...

Bonito soneto, Duarte. Um xi