XII
A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
Ricardo Reis
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perene
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.
Ricardo Reis
6 comentários:
Bom dia. Linda gerbera(bela e amarela!) ...estrtofe de poesia, bem escolhida de Ricardo Reis, o nosso Pessoa que aprecio nos diversos heterónimos.Um abraço.
Tere
Hoje respondo-te também com Ricardo Reis:
Flores que colho, ou deixo,
Vosso destino é o mesmo.
Via que sigo, chegas
Não sei aonde eu chego.
Nada somos que valha,
Somo-lo mais que em vão.
Abraço
Um pouco mais de R.Reis
"Coroai-me de rosas,
Coroai-me em verdade
De rosas -
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta."
.....................................
-----------------------------------
"Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
.................."
Um pouco mais de R. Reis-II
"Só o ter flores pela vista fora
Nas áleas largas dos jardins exactos
Basta para podermos
Achar a vida leve.
.............................."
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.
"Colhamos flores,..."
Teresa.Já andamos com vontade de
ler um artigo teu.
Olha que tema bonito.Quando se
fala de flores e outros.
Valeu?
Um abraço.
BV.
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